Falar sobre dinheiro ainda é um tabu para muitas pessoas, assim como a saúde mental. Porém são dois assuntos importantes de serem debatidos por estarem diretamente ligados, uma vez que com o dinheiro as pessoas compram alimentos, acessam à educação, serviços de saúde, lazer, transporte, moradia, entre outras.
Em um momento de crise econômica, agravada na pandemia da Covid – 19, onde milhares de pessoas perderam emprego, rendas, tiveram redução reduzidos, oscilações frequentes de altas de preços de alimentos da cesta básica, transporte, moradia, entre outros, os fatores fatores na saúde mental pode ser muito alto. Preocupações com o dinheiro para a alimentação do dia seguinte, pagamento das contas no fim do mês, desemprego, entre outros, geram muito estresse e ansiedade, podendo levar a casos de depressão ou suicídio, por exemplo.
Segundo a economista, fundadora e CEO da NoFront – Empoderamento Financeiro, Gabriela Chaves, saber como economista, gastar e gerir o próprio dinheiro são aprendizados adquiridos por meio da educação financeira. E esse processo oferece segurança, bem-estar e também é uma fonte de saúde mental, “porque não importa o que aconteça, pois as pessoas sabem que recursos para utilizar em momentos inesperados ou em situações que contribuem para sua qualidade de vida”, explica.
Conforme Chaves, as desigualdades sociais aumentaram ainda mais com a pandemia, visto que muitos brasileiros estão tendo que “vender o almoço para pagar a janta”, ou seja, possuem uma renda insuficiente para pagarem o básico para viver. A economista destaca que uma renda baixa somada ao contexto da pandemia provoca o aumento do endividamento das famílias.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada em abril deste ano, o percentual de famílias endividadas em março atingiu 19, 3%, o segundo maior patamar dos últimos 11 anos. Um estudo do Banco Central, divulgado em junho, revelado também que famílias que fazem empréstimos em momentos de maior oferta de crédito, como agora na pandemia de Covid – 19, tendem a reduzir o seu poder de compra nos anos próximos para quitar os empréstimos. Isso quer dizer que, com a alta da oferta de créditos com altos juros, a chance de crises melhorar mais fortes daqui a um ou dois anos é maior.
Do ponto de vista de Daniel Miari, cofundador da Inco Investimentos, plataforma de investimentos coletivos, o endividamento é um fator que impacta diretamente a saúde mental. “As dívidas costumam ser vistas como um problema sem saída. Desta maneira, a situação gera sentimentos de medo, ansiedade, baixa autoestima e até mesmo depressão ”, diz o executivo.
Como uma alternativa para evitar o endividamento e como suas consequências para o mental, o executivo ressalta a importância de incluir de investimento no cotidiano. “Em um contexto social repleto de incertezas, investir torna-se uma proteção ao bolso do brasileiro, já que a iniciativa traz um retorno financeiro, que pode ser usado em casos de emergência”, pontua Miari.
O especialista ainda afirma que atualmente não é preciso uma grande quantia para começar a investir. “Há uma grande variedade de investimentos no mercado. Os coletivos, por exemplo, focam um baixo valor inicial e ainda resultam em uma renda fixa para o investidor ”, finaliza o executivo.
Para a fundadora e CEO da NoFront – Empoderamento Financeiro, é importante também que as pessoas busquem apoio psicológico, façam um diagnóstico das dívidas, priorizem os gastos pagos para as despesas, como alimentação, saúde e moradia, entre outros . Depois disso, cada pessoa pode planejar a quitação das demais dívidas estabelecendo prazos curtos ou longos, tendo em mente que nem sempre é possível quitar como dívidas de um dia para o outro. A economista necessariamente também que as pessoas devem avaliar a portabilidade de dívidas para instituições com menores taxa de juros, reduzir gastos mensais e vejam a possibilidade de obter uma renda extra, por exemplo.
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